PTAX de fim de mês/fim de ano: como isso mexe no seu hedge
Entenda o impacto da PTAX de virada em NDFs, termos e política de hedge. Base spot x PTAX, armadilhas de recesso, playbook 30–90 dias e KPIs.
A PTAX é a taxa de referência calculada pelo Banco Central a partir de cotações de dealers em janelas específicas. Em fim de mês e, principalmente, em fim de ano, mudanças de liquidez, fechamentos de carteiras, rolls e ajustes regulatórios podem ampliar a diferença entre spot e PTAX — gerando risco de base para empresas que precificam em uma base (spot, lista, balcão) e protegem em outra (NDF sobre PTAX). Neste guia, mostramos o que acontece nessas janelas, como o settlement dos seus NDFs é impactado, o que muda no mark-to-budget (MtB) e no DSCR, e como ajustar buckets, governança e timing de execução para evitar surpresa na virada. Trazemos mapas de exposição por linha de negócio, exemplos ilustrativos, KPIs, armadilhas comuns e um playbook de 30–90 dias com CTAs para simular risco e comparar custos.
A PTAX é uma taxa média apurada em janelas de consulta pelo Banco Central com base em cotações de instituições autorizadas. No mercado corporativo, a PTAX aparece de duas formas:
Por que isso importa? Porque muitas empresas vendem (ou compram) por spot, mas protegem por PTAX. Em dias “normais”, o desvio é pequeno. Em fim de mês/ano, a diferença pode abrir e corrói (ou superprotege) a margem se a política não estiver alinhada.
Nessas janelas, três vetores atuam ao mesmo tempo:
Na prática, isso pode levar a PTAX “descolada” do spot de balcão na sua janela de precificação. Se você precifica por spot e liquida NDF por PTAX, o ajuste cai no seu MtB.
Base é a diferença entre a referência do seu preço comercial e a referência do seu hedge. Exemplos:
Regra prática: alinhe a base (spot ou PTAX) do pricing com a base do hedge — e documente isso na política, inclusive a janela horária e a PTAX de referência (D-0, D-1, média).
O NDF liquida financeiramente em BRL a diferença entre a taxa contratada e a PTAX de fechamento na data de vencimento. Em fim de mês e fim de ano, a PTAX pode refletir ordens técnicas e janelas rasas, elevando o risco de um mismatch com o spot em que você faturou/vendeu.
O efeito líquido depende da coincidência de base e horário. Por isso, PTAX de virada não é detalhe: é política.
Contexto: recebíveis de janeiro com vencimento nos últimos dias úteis do mês. Ação: NDFs distribuídos em buckets 30/60/90; janelas de execução nos dias anteriores ao último dia útil; política de base alterada para PTAX média se o comercial usa PTAX. Resultado: MtB dentro da banda e menor sensibilidade ao fixing da virada.
Contexto: embarques chegando entre 26/12 e 05/01; tabela precificada por spot. Se fizer NDF por PTAX, risco de base alto. Decisão: reduzir NDF em favor de teto para janelas incertas e termo para lotes com BL/Invoice fechados; execução em tranches e múltiplas casas. Resultado: margem preservada sem travar tudo num fixing sensível.
Contexto: OPEX mensal em USD, receita em BRL. Decisão: NDF de 70% do consumo médio, base PTAX mensal; gatilho de ajuste por uso > 10%; roll programado D-3/D-2 do fim de mês. Resultado: previsibilidade de OPEX e menor risco de base.
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Não existe “melhor”. PTAX é ótima quando seus contratos e orçamento já usam PTAX. Se sua realidade de preço é o spot do balcão, proteger por PTAX sem ajustes cria risco de base.
Não por sazonalidade. O que vale é coerência estrutural entre base comercial e base do hedge. Ajustes de curto prazo podem incluir janelas de execução e uso de opções para incerteza.
Se há entrega física (pagamento/recebimento em USD), o termo é natural. Para travamento de taxa sem entrega, o NDF funciona — mas atenção ao fixing (PTAX) de virada. Pipeline incerto → teto/colarinhos.
Monitore spread spot–PTAX, slippage e MtB por bucket vs. meses normais. Se concentrou volume num único fixing “caro”, ajuste o processo (tranches/janelas).
Não é sobre driblar; é sobre processo: base alinhada, janelas planejadas, tranches, concorrência de preço e uso de opções quando há incerteza.
PTAX de fim de mês/fim de ano: como isso mexe no seu hedge
Resumo executivo
PTAX sem economês: o que é, quando importa e por quê
Fim de mês/ano: as forças que mexem na PTAX
Spot x PTAX: como nasce o risco de base
NDF no finzinho do mês: o que muda no settlement
Mapas de exposição por linha de negócio (e que base usar)
Exportador com receita firme em USD
Importador/varejo
Serviços/SaaS com custos em USD
Estratégias de fim de mês/ano: como reduzir o risco de base
Exemplos práticos (ilustrativos)
Exportador de alimentos
Varejista de eletrônicos (importador)
SaaS com cloud em USD
KPIs do comitê (fim de mês/ano)
Armadilhas comuns (e antídotos)
Playbook de 30–90 dias (da política ao livro de ordens)
FAQ — dúvidas rápidas
PTAX “sempre” é melhor que spot?
Vale mudar toda a política para PTAX no fim do ano?
O que é melhor perto da virada: NDF ou termo?
Como medir se “paguei caro” no fim de mês?
Posso “driblar” volatilidade de fim de ano?
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