IR de 5 % em LCIs e LCAs: veja o impacto para investidores em 2025

LCIs, LCAs e Títulos Incentivados: o que muda com a nova alíquota de 5 % de IR?
Tempo de leitura: 7 min | Atualizado em: 10 jun 2025
Por que o governo quer tributar investimentos antes isentos?
O Ministério da Fazenda anunciou uma Medida Provisória (MP) que institui alíquota de 5 % de Imposto de Renda para aplicações hoje isentas — LCIs, LCAs, CRIs, CRAs e debêntures incentivadas. A mudança substitui parte do aumento de IOF proposto em maio e também compensa a queda de arrecadação prevista para 2025 :contentReference[oaicite:0]{index=0}.
Como funcionam LCIs, LCAs e outros papéis “incentivados”?
- LCI – Letra de Crédito Imobiliário; lastro em créditos de financiamento habitacional.
- LCA – Letra de Crédito do Agronegócio; lastro em operações ligadas ao setor agro.
- CRI/CRA – Certificados de Recebíveis Imobiliários ou do Agronegócio, lastreados em fluxo de recebíveis.
- Debêntures incentivadas – títulos emitidos por empresas para financiar projetos de infraestrutura ou ESG.
Todos esses papéis foram criados com isenção total de IR para atrair poupança privada a setores estratégicos. Com a MP, as novas emissões ficarão sujeitas ao IR de 5 %.
O que muda na prática?
Antes | Depois da MP |
---|---|
Isenção total de IR; IOF zero | IR fixo de 5 % sobre rendimento; IOF continua zero |
Retorno líquido = retorno bruto | Retorno líquido reduz 5 % do rendimento |
Atratividade dependia apenas da taxa contratada | Investidor deve comparar pós-IR 5 % com CDB pós-fixo (IR 17,5 %) |
Mesmo tributados, LCIs e LCAs continuam competitivos, pois a alíquota única de 17,5 % sugerida para demais títulos ainda é bem maior que os 5 % agora propostos :contentReference[oaicite:1]{index=1}.
Impacto esperado para bancos, securitizadoras e Tesouraria das empresas
Bancos emissores
O estoque combinado de LCIs e LCAs já supera R$ 1 trilhão e sustenta grande parte do funding imobiliário e agrícola :contentReference[oaicite:2]{index=2}. A tributação tende a reduzir o ritmo de captação, pressionando spreads ou encarecendo crédito nessas pontas.
Companhias securitizadoras
CRIs e CRAs vinham sofrendo retração desde as novas regras de lastro impostas pelo CMN em 2024. Com IR de 5 %, a demanda pode cair mais, mas ainda se mantém superior a letras corporativas não incentivadas (IR 17,5 %).
Empresas emissoras de debêntures incentivadas
O volume captado nesses títulos cresceu 64 % de janeiro a abril de 2025. Caso a MP passe, investidores podem exigir prêmio maior para manter o net yield acima de alternativas bancárias.
Estratégias para o investidor pessoa física
- Compare rentabilidade líquida: use taxa contratada × (1 – 0,05) e veja se supera CDB pós-fixo × (1 – 0,175).
- Olhe a curva de juros: títulos indexados ao IPCA ou ao CDI podem sofrer menos que prefixados, pois a base de cálculo (rendimento) é variável.
- Prazo importa: como o IR será fixo, papéis longos (5-6 anos) ainda manterão boa vantagem em comparação ao 17,5 % dos não incentivados.
- Diversifique: mesclar LCIs/LCAs pós-fixadas com CRAs/CRIs indexados ao IPCA suaviza o risco de cenário único.
Perguntas frequentes
- O IR de 5 % valerá para títulos antigos?
- Não. A proposta atinge apenas novas emissões; estoques atuais permanecem isentos :contentReference[oaicite:3]{index=3}.
- A alíquota pode subir depois?
- Especialistas alertam que abrir o precedente de 5 % facilita aumentos futuros (7 %, 10 %, etc.) se a arrecadação não fechar a conta :contentReference[oaicite:4]{index=4}.
- LCI/LCA continuam cobertos pelo FGC?
- Sim, até R$ 250 mil por CPF por instituição financeira, limite inalterado.
- Vale vender meu estoque atual?
- Não faz sentido antecipar resgate de papéis isentos; o IR incidirá somente em novos títulos.
Conclusão: ainda faz sentido investir?
A tributação de 5 % reduz a gordura, mas não encerra a atratividade. Enquanto a alíquota dos demais produtos ficar em 17,5 %, os incentivados seguem em vantagem — especialmente se você puder “travar” taxas acima de 95 % do CDI ou IPCA + 4,5 %. Fique atento à tramitação no Congresso e, caso a MP vire lei, calibre suas aplicações com foco na renda líquida.
Qual é a Sua Reação?






