Agro: insumos dolarizados e preço final — como proteger margem do campo ao consumidor
Fertilizantes, defensivos e máquinas em USD; receita em BRL ou USD. Entenda bases, basis, hedge e linhas de crédito para reduzir o desvio do orçamento.
No agronegócio, boa parte dos insumos é dolarizada (fertilizantes, defensivos, sementes importadas, maquinário, frete internacional) enquanto a receita pode estar em USD (commodities exportadas) ou em BRL (venda doméstica). Essa assimetria cria três riscos principais: (i) câmbio (USD/BRL), (ii) preço da commodity (CBOT/ICE + basis local) e (iii) timing entre compra de insumos e venda da produção. O resultado aparece na margem bruta, no capital de giro e, em anos de choque, nos covenants. Este guia explica, sem economês, como insumos dolarizados “viajam” até o preço final, como montar política de preços, hedge (câmbio e commodity) e funding (BNDES, mercado, trade finance), com playbook de 90–180 dias, KPIs e FAQ. Incluímos CTAs para simular risco cambial, FX Loan, linhas BNDES e instrumentos de mercado de capitais.
Enquanto isso, a receita do produtor depende do preço internacional (CBOT/ICE) convertido a BRL pela taxa de câmbio e ajustado pelo basis (prêmio/desconto local que reflete frete, qualidade e oferta/demanda regionais). Para venda doméstica, a habilidade de repassar custo depende de concorrência e renda do consumidor.
Conclusão: sem política de hedge, contratos com base padronizada e financiamento adequado, a empresa fica entre a bigorna (custo em USD) e o martelo (preço em BRL com repasse limitado).
Três camadas para proteger o resultado:
🌎 Simular risco cambial (perda marginal) 💵 FX Loan — USD vs. BRL (viabilidade)
🏛️ Linhas BNDES — taxas, prazos e carência 📊 Simular instrumentos de mercado 💠 Aurum — CET comparativo
Produtor compra NPK em março (PTAX D-1 + frete), colhe em setembro e vende com basis portuário. Estratégia: NDF nos marcos de pagamento de insumo; piso (put) para 50–70% da produção esperada; venda escalonada em buckets; financiamento de giro até embarque.
Receita em BRL com repasse parcial. Estratégia: política de preços com gatilhos mensais; teto de USD para insumos importados; CRI de recebíveis para alongar capital de giro e reduzir dependência de CDI+.
Estratégia: financiar silos via BNDES/TLP; política de hedge centralizada; repasse via pool de preços aos cooperados; controle de basis com logística contratada. Emissão de NP/CRI para safra, reduzindo spread com governança.
🌎 Risco cambial — perda marginal 🏗️ Linhas BNDES — máquinas e armazenagem 📊 Debêntures/NP/CRI — simular emissão 💵 FX Loan — USD vs. BRL 💠 Aurum — comparar CET
Você tem hedge natural, mas ainda existem gaps (tempo/base) e risco de cauda. Use NDF/termo nos marcos críticos e padronize a base para reduzir vazamentos.
Depende da origem do risco. Se o custo é USD “puro” (insumo importado), travar câmbio garante o orçamento. Se o risco é o spread (CBOT + basis) da venda, combine hedge de preço com contratos de base.
Apenas com receita estável em USD (hedge natural) ou com swap para BRL. Dolarizar sem cobertura é especulação macro.
Mostre MtB: o objetivo é reduzir desvio do orçamento. Seguro bom custa, mas evita o pior cenário de caixa.
Negocie contratos com prêmios/discounts transparentes, logística pré-combinada e janelas de embarque; monitore o basis por praça e faça escala de vendas.
Agro: insumos dolarizados e preço final — como proteger margem do campo ao consumidor
Resumo executivo
De onde vem a dolarização de custos no agro
Como o custo em USD aparece no preço final (mapa do repasse)
Etapa
O que está em USD
Como vira BRL
Risco de “vazamento”
Compra de insumos
Fertilizantes, defensivos, peças
Lista USD convertida por PTAX/spot; prazos D+X
PTAX≠spot; frete; lead time; variação entre pedido e faturamento
Produção/colheita
Diesel, peças, serviços ligados a USD
Câmbio do período + política de preços local
Alta de combustível sem repasse imediato
Venda (exportação)
Preço CBOT/ICE (USD) + basis local
Conversão USD→BRL; ajustes de qualidade e logística
Mismatches de data/base; basis volátil na safra
Venda (mercado interno)
Referência internacional “import parity”
Preços em BRL com elasticidade do consumidor
Concorrência local limita repasse; timing de reajustes
Política de preços: transformando volatilidade em regra
Hedge: câmbio, commodity e o “entre datas”
Financiamento: casar prazos com a biologia (safra) e com a logística
KPIs que diferenciam proteção real de “torcida”
Exemplos práticos (ilustrativos)
Soja exportada com insumo antecipado
Milho para mercado interno
Cooperativa com armazenagem
Armadilhas que corroem margem (e como evitar)
Playbook de 90–180 dias para a próxima safra
FAQ — perguntas rápidas
Se vendo 100% para exportação, preciso de hedge de câmbio?
É melhor travar commodity ou câmbio?
Posso usar dívida em USD porque “é mais barata”?
Como explicar hedge à diretoria se “deu prejuízo” no derivativo?
Como tratar o basis no Brasil?
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