LCI/LCA com IR de 7,5% e debêntures/CRI/CRA isentos: o que muda na sua carteira
Análise da proposta que cria IR de 7,5% para LCI/LCA e preserva a isenção de debêntures incentivadas, CRI e CRA. Entenda impactos práticos, como comparar taxas líquidas e como ajustar sua carteira com a ajuda da GX Capital.

LCI/LCA com IR de 7,5% e manutenção da isenção para debêntures
incentivadas, CRI e CRA: o que muda para o seu dinheiro
GX Explica • Tributação de investimentos • Leitura: 12–15 min
Resumo executivo
- O relator da medida que redesenha a tributação de aplicações financeiras propôs alíquota de 7,5% de IR sobre rendimentos de LCI, LCA, LIG, LH e LCD, que hoje são isentos.
- Em contrapartida, a proposta mantém a isenção para debêntures incentivadas (infraestrutura), CRI e CRA.
- Outros pontos do pacote seguem em discussão (como JCP e regras para cripto), mas o foco para o investidor é recalibrar a carteira isenta e comparar, na margem, LCI/LCA com CDBs, Tesouro e fundos de crédito.
Contexto: por que mexer nas isenções?
O objetivo declarado do redesenho tributário é reduzir distorções e priorizar incentivos com efeito econômico mensurável. Na prática, o governo e o Congresso negociam manter estímulos para instrumentos que canalizam capital para infraestrutura e setores estratégicos (debêntures incentivadas, CRI e CRA), ao mesmo tempo em que reduzem a renúncia fiscal em produtos bancários de captação direcionada (LCI/LCA, LIG, LH e LCD).
Do ponto de vista do investidor, a mudança não elimina a atratividade de LCI/LCA, mas exige comparação líquida de taxas com alternativas tributadas pela tabela regressiva. O impacto final dependerá do ajuste de preços que bancos e emissores promoverão após a eventual aprovação.
LCI/LCA com 7,5%: o que muda na sua conta
LCIs e LCAs ganharam espaço pela combinação de isenção, simplicidade e baixo risco de crédito (em emissores sólidos). Com IR de 7,5%, a comparação passa a ser feita no líquido:
- LCI/LCA: Taxa líquida ≈ taxa bruta × (1 − 0,075).
- CDB: Taxa líquida ≈ taxa bruta × (1 − alíquota regressiva). Em prazos > 720 dias, 15%.
- Tesouro Selic/Pré/IPCA+: considerar yield líquido após IR e objetivo (liquidez, volatilidade, duração).
Exemplo didático (não recomendação): se uma LCI pagar 100% do CDI, o líquido com 7,5% seria 92,5% do CDI. Um CDB de 105% do CDI tributado a 15% (prazo longo) gera ~89,25% do CDI líquido. Ou seja: a LCI/LCA pode continuar competitiva dependendo da taxa ofertada. O ponto é que bancos provavelmente ajustarão o spread para manter a atratividade.
Por que debêntures incentivadas, CRI e CRA ficaram isentos
A manutenção da isenção tem racional de política pública: atrair poupança para financiar infraestrutura, construção civil e agronegócio. Esses instrumentos costumam apresentar juros reais interessantes em ciclos de Selic alta e ajudam a alongar o financiamento da economia. Para o investidor, permanecem como importante pilar isento, desde que se observe o básico:
- Risco de crédito (emissor, setor, garantias, covenants).
- Duration compatível com o seu horizonte.
- Liquidez: secundário pode ser raso; muitas vezes, é melhor acessar via fundos com gestão ativa.
Impactos práticos na alocação
1) Precificação de LCI/LCA
Se o IR de 7,5% for aprovado, é razoável esperar ajuste nas taxas oferecidas para LCI/LCA. Bancos tendem a elevar o spread sobre o CDI para compensar a perda da isenção, especialmente em prazos longos. Seu papel como investidor será comparar taxas líquidas de oportunidades equivalentes e evitar concentração em um único emissor.
2) Fluxo para isentos (debêntures/CRI/CRA)
Com a isenção preservada, a demanda por debêntures incentivadas, CRI e CRA deve seguir firme, principalmente se a curva longa permanecer em patamares elevados. Para o portfólio, isso significa manter espaço para juros reais isentos em horizontes mais longos e diversificar por setor e estrutura de garantias.
3) Portfólios “carteira de CDI”
Muitos investidores construíram portfólios concentrados em LCI/LCA pela antiga isenção. Agora, o ajuste natural é rediversificar entre CDBs longos, fundos de crédito high grade e instrumentos isentos (via fundos ou ofertas primárias), sempre casando prazos com objetivos e monitorando custos (taxa de administração/performance).
Como comparar maçã com maçã (passo a passo)
- Defina objetivo e prazo do dinheiro (reserva, metas de médio prazo, renda, aposentadoria).
- Liste as alternativas equivalentes (LCI/LCA × CDB × Tesouro × fundo de crédito).
- Traga a taxa para o líquido aplicando a alíquota correta (7,5% em LCI/LCA; regressivo em CDB/fundos/Tesouro).
- Ajuste por risco e liquidez (emissor, rating, garantias, prazos de resgate, mercado secundário).
- Escolha o veículo com melhor retorno líquido ajustado a risco para o seu caso — não o maior cupom isolado.
Exemplo ilustrativo de carteira (PF)
Perfil: investidora de 40 anos, objetivos de renda e preservação de poder de compra, horizonte de 5–10 anos.
- Camada de liquidez (30–35%): pós CDI (Tesouro Selic, CDBs D+0/D+1, fundos DI eficientes) com degraus de resgate (D+0, D+7, D+30).
- Núcleo de renda fixa (35–40%): mix de pré (2–4 anos) e IPCA+ (4–10 anos) para capturar yield e proteger contra inflação.
- Isentos e estruturados (15–25%): debêntures incentivadas, CRI/CRA via fundos de gestão ativa, priorizando qualidade de crédito e diversificação.
- Táticos e globais (até 10–15%): multimercados descorrelacionados e exposição global/dólar para redução de risco local.
Rotina: revisão trimestral; rebalancear se algum bloco desviar > 5 p.p.; monitorar emissões/rolagens e custo de oportunidade.
Se você também tem CNPJ
- Liquidity ladder: organize caixa operacional em pós CDI com degraus para folha, impostos e fornecedores, reduzindo risco de timing.
- Compare CET/VET: antes de antecipar recebíveis ou captar, simule o Custo Efetivo Total e o Valor Efetivo Total das alternativas; Selic alta muda a resposta.
- Mercado de capitais: com isenção preservada no investidor, debêntures de infraestrutura podem seguir atraentes para emissões elegíveis.
Riscos e armadilhas a evitar
- Concentração em um emissor ou gestor.
- Duration desalinhada (travar longo com necessidade de caixa curto).
- Olhar só a taxa bruta: compare sempre líquido e risco.
- Liquidez ignorada: secundário raso pode punir saídas antecipadas.
- Custos e impostos: taxa de administração e turnover elevam o IR efetivo e corroem retorno.
Checklist de ação
- ✔ Recalcule o líquido de suas LCI/LCA com 7,5% e compare com CDBs longos (15%).
- ✔ Revise a duration do seu núcleo (pré/IPCA+) versus metas e horizonte.
- ✔ Se buscar isenção, priorize qualidade (gestão ativa, garantias, emissor) em debêntures/CRI/CRA.
- ✔ Para CNPJ, simule CET/VET antes de decidir entre antecipar, captar ou carregar posição.
- ✔ Evite concentração e monitore custos.
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