Trump taxa Japão e Coreia em 25 % — dólar dispara; análise GX Capital
EUA impõem tarifas de 25 % a Japão e Coreia; mercados caem e dólar sobe. Descubra impactos, riscos de retaliação e estratégias de hedge.

Tarifaço de 25 % sobre Japão e Coreia do Sul: como a nova ofensiva comercial de Trump sacode o dólar em todo o mundo
Tempo de leitura: 12 min ; Atualizado em: 07 jul 2025
1. O novo capítulo da guerra comercial
Na manhã desta segunda-feira (7/7), o presidente dos EUA, Donald Trump, tornou públicas cartas enviadas aos primeiros-ministros do Japão e da Coreia do Sul anunciando uma tarifa de 25 % sobre todas as importações provenientes desses países a partir de 1.º de agosto, salvo acordo bilateral de última hora . O anúncio ampliou a política de tarifas recíprocas adotada em abril e marca a terceira grande escalada tarifária em menos de seis meses.
Em reação imediata, o dollar index (DXY) subiu 0,8 %, bolsas asiáticas despencaram até 3 % e o iene renovou mínima de 18 anos, aproximando-se de ¥ 163 por dólar. O mercado teme nova onda de retaliações que traga lembranças da guerra tarifária de 2018-19.
2. Quais produtos serão afetados?
Categoria | Origem | Valor importado (US$ bi, 2024) | Nova tarifa |
---|---|---|---|
Automóveis e peças | Japão | 53,1 | 25 % |
Chips de memória | Coreia do Sul | 26,7 | 25 % |
Aço e derivados | Ambos | 12,4 | 25 % |
Baterias e EV | Coreia do Sul | 7,9 | 25 % |
Fonte: Departamento de Comércio dos EUA, cartas tarifárias de 07/07/25.
3. Motivações políticas e econômicas
Pressão eleitoral: Faltando quatro meses para as eleições, Trump mira a base industrial do Meio-Oeste, onde montadoras e siderúrgicas reclamam de “dumping asiático”.
Déficit comercial: O déficit bilateral com o Japão subiu 11 % em 2024. Com a Coreia foi de 29 bi, o maior desde 2010.
Geopolítica: A Casa Branca quer coerção para que aliados asiáticos restrinjam exportação de semicondutores de última geração à China — meta que avançou pouco em 2024.
4. Por que a medida balança o dólar no mundo todo?
4.1 Maior procura por ativos de reserva
Tarifas elevam incerteza, estimulando flight to quality. Fundos compram Treasuries e dólar, pressionando moedas emergentes como o real, rand e peso mexicano. Após o anúncio, o DXY pulou de 102,7 para 103,5, enquanto o real fechou a R$ 5,63 (+1,2 %).
4.2 Efeito indireto via cadeia de suprimentos
Japão e Coreia são nós críticos na cadeia de semicondutores e baterias. Se exportações encarecem, empresas globais precisam refazer sourcing, atrasando produção e elevando preços – um choque de oferta que pode reaquecer a inflação nos EUA e forçar o Fed a manter juros elevados, fortalecendo ainda mais o dólar.
4.3 Retaliações potenciais
Ministérios de comércio japonês e coreano prometem consultar a OMC e "responder com firmeza" caso não haja recuo. Se retaliar, o Japão pode sobretaxar carne bovina e aeronaves dos EUA, enquanto a Coreia estuda limitar exportações de lentes e displays OLED. Cada contra-golpe aumenta volatilidade cambial.
5. O que países como o Brasil devem esperar?
- Termos de troca: minério e farelo de soja tendem a cair, pois Ásia desacelera.
- Fluxo de capitais: alta do dólar atrai recursos para Treasuries; saída de emergentes pressiona câmbio e bolsas locais.
- Custo de hedges: volatilidade implícita do real subiu de 11,8 % para 12,6 % em 24 h.
- Oportunidades: enquanto aço japonês encarece nos EUA, siderúrgicas brasileiras podem ganhar fatia, mas dependem de quotas.
6. Reação imediata dos ativos globais
• Dow Jones –1,4 %; Kospi –2,9 %; Nikkei –2,7 %.
• Dólar/yen +1,6 %, maior alta diária desde 2022.
• Yield do Treasury 10Y –4 bps (fuga para segurança)
7. Estratégias práticas da GX Capital
- Mapeie exposição cambial — refaça a correlação de custos em yen, won e yuan, simulando dólar a +10 %.
- Diversifique fornecedores — busque alternativas fora do eixo Japão-Coreia para semicondutores e peças auto.
- Dolarize parte da dívida — receita exportadora pode compensar juro mais baixo em dólar.
- Use hedges flexíveis — zero-cost collars protegem contra pico cambial sem travar max upside.
8. Perguntas frequentes
- As tarifas já estão em vigor?
- Entram em vigor em 1.º de agosto, mas impactos via câmbio e mercado são imediatos.
- Há chance de acordo antes da data?
- Inevitável negociação no G-7 de julho; probabilidade de suspensão parcial: 35 %.
- Como isso afeta os preços de eletrônicos?
- Chips e baterias devem subir 5 %–8 % no varejo dos EUA; efeito global em até 6 meses.
9. Conclusão
A ofensiva tarifária de 25 % contra Japão e Coreia adiciona uma camada de incerteza a uma economia mundial já fragilizada por juros altos. O dólar tende a se fortalecer no curto prazo, apertando as condições financeiras de mercados emergentes. CFOs precisam antecipar cenários de custos, revisar contratos cambiais e manter liquidez em moeda forte. A GX Capital acompanha o desdobramento e oferece simuladores de hedge e crédito em tempo real para proteger sua empresa deste novo choque.
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